Paróquia São Gabriel Arcanjo do Jardim Paulista

Formação › 25/09/2020

Reflexões sobre a Santa Missa – 7º Encontro

Prezados paroquianos e amigos de São Gabriel

        Saúde e Paz!

        Liturgia Eucarística (cont.)

Após a narrativa da Instituição (pão e vinho – corpo e sangue de Cristo), temos a:

Anamnese (ou seja, memorial)

O próprio Senhor Jesus ordenou: “Fazei isto em memória de mim”. E o apóstolo Paulo escreveu a esse respeito: “todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Cor 11,26). É isso que o sacerdote proclama em nome de toda a assembleia que celebra.

Ainda que a narrativa da instituição tenha suas raízes históricas na última ceia, a elevação do pão consagrado, no rito romano, tem origem no século XIII, em Paris. A elevação do cálice com o vinho consagrado começou, por sua vez, no século XVI.

É bom lembrar que a piedade eucarística, nos séculos XII e XIII sublinhava mais o fato de “ver” a Eucaristia que o de participar dela, na Comunhão. E, como o sacerdote, nessa época, celebrava de costas para a comunidade, isso contribuiu para que o gesto de elevar o pão consagrado tivesse de fazer-se de forma a ser bem notado. Em algumas igrejas o povo gritava: “mais alto, mais”. Hoje, com o celebrante voltado para a assembleia, não se justifica que a elevação seja tão evidenciada.

O que significam as palavras de Jesus: “Façam isto em minha memória”?

Sabemos que não é possível um retorno físico ao Calvário, nem um retorno ao Sepulcro do Ressuscitado, no alvorecer daquele primeiro domingo… A celebração da Eucaristia é a nossa dominical e cotidiana ida ao Calvário e ao Túmulo vazio; uma ida não física, mas no memorial, ou seja, mediante a retomada ritual do sinal profético do pão e do cálice, mediante uma ação figurativa, sacramental e, portanto, absolutamente real.

Oblação

Aqui está o verdadeiro ofertório da missa, quando a oração eucarística reza: “Celebrando, pois, a memória da morte e ressurreição do vosso Filho, nós vos oferecemos, ó Pai, o pão da vida e o cálice da salvação…” (Cf. Oração Eucarística II). Afirma a Instrução do Missal que a Igreja deseja, com a oferta da hóstia imaculada e do sangue, que todos os fieis participantes aprendam a oferecer-se a si mesmos, a fim de que, um dia Deus seja tudo em todos. Então, o verdadeiro ofertório da missa não é o do pão e do vinho, mas o do Corpo e do Sangue de Cristo, e isso acontece durante a oração eucarística.

Intercessões

Ainda em nome de toda a assembleia, o presidente (outros padres nas concelebrações) faz as intercessões : pela Igreja (Papa, Bispos, Presbíteros, Diáconos, todo o povo de Deus), pela comunidade que celebra a sua fé, pelo mundo todo e pelos fiéis defuntos. É o momento de recordar os mortos – aqueles que conhecemos, amamos, mas também  “aqueles que morreram na vossa amizade” ou “dos quais só vós conhecestes a fé”. Os cristãos que celebram a eucaristia não excluem ninguém. As intercessões geralmente terminam pedindo pela própria comunidade que está peregrinando neste mundo em direção da vida eterna.

Doxologia final

As bendições judaicas terminam com um grande louvor. Do grego, doxa significa glória ou honra, e logos, palavra. Ou seja, “palavra de glória”. Esse grande louvor, que exprime a glorificação do Senhor, conclui a oração eucarística: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo…”, abraçando a Trindade. Merece ser cantado, sobretudo o “Amém” da assembleia. No canto esse amém pode ser repetido mais vezes.

Hoje foi um pouco mais densa a nossa reflexão, mas vale à pena, pois foi o que Jesus pediu: “Façam isso em memória de mim”.

            Grande abraço e bênção

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