Reflexões sobre a Santa Missa – 4º Encontro
Prezados paroquianos e amigos de S. Gabriel
Saúde e Paz!
Após termos visto os Ritos Iniciais, hoje vamos meditar sobre a 1ª grande parte da Missa que é a Mesa da Palavra (Liturgia da Palavra) que se inicia com a primeira leitura e termina com as preces dos fiéis.
- Como nasceu a Liturgia da Palavra?
O evangelista São Lucas narra que, como em todos os sábados, Jesus foi à sinagoga (casa de oração dos judeus) de Nazaré, levantou-se para fazer a leitura, que de acordo com o lecionário judaico para aquele dia, seria o profeta Isaías. Abriu o rolo(livro) e leu o primeiro versículo do Cap. 61 de Isaías (Cf. Lc 4,14-18). Aquilo que aconteceu na liturgia sinagogal de Nazaré é a instituição da liturgia cristã da Palavra, assim como, de igual modo, na última ceia, Jesus instituiu a celebração eucarística cristã. Assim, a leitura cristã das Escrituras e a Eucaristia foram por Ele instituídas de modo semelhante. Jesus tomou o rolo, tomou o pão e tomou o cálice com vinho, isto é, instituiu as duas mesas da celebração eucarística: a mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia.
- Podemos dizer então que a liturgia católica assumiu como base a liturgia judaica?
Sem dúvida, Jesus como legítimo judeu e criador do cristianismo aproveitou o que era da tradição judaica na sinagoga e a aplicou na liturgia cristã: a primeira leitura.
- Primeira leitura
Como dissemos, a liturgia católica assumiu da liturgia judaica a proclamação de um trecho de um dos livros do Antigo Testamento na primeira leitura para iluminar os textos do N.T. Mas, durante o Tempo Pascal, a primeira leitura é tirada no N.T., sobretudo dos Atos dos Apóstolos.
Anteriormente, a leitura dos textos era contínua. Com a introdução das primeiras festas mais solenes do calendário litúrgico, a leitura contínua começou a ser interrompida, até que, com a reforma litúrgica, ocorrida no Concílio Vaticano II (1962-1965), foi estabelecido a disposição das leituras como as encontramos hoje. É interessante notar, a Igreja introduziu uma espécie de moldura para cada uma das leituras antes da sua proclamação. Para as leituras do AT.: “leitura do livro”…, “sequência do livro…início do livro”. Para as leituras do NT: “Irmãos”, “Caríssimos”, “Naquele tempo”, “Naqueles dias” entre outras; e uma aclamação ao final: “Palavra do Senhor…Graças a Deus
O ofício de proclamar as leituras não é do presidente da celebração, mas sim dos ministros da Palavra e outros. Daí a necessidade de o leitor se preparar bem, pois ele empresta sua voz ao Senhor, para proclamar a sua Palavra. Não se pode ler de qualquer jeito.
O costume judaico do canto do salmo também é assumido pelos cristãos. Trata-se de um momento muito importante para responder à primeira leitura através do canto meditativo. O salmo é parte integrante da liturgia da Palavra. Não pode ser omitido
- Segunda leitura
Influência da liturgia da sinagoga. Sempre extraída do NT. Também recebeu uma moldura e, ao final, uma aclamação: “Palavra do Senhor… Graças a Deus”. Além da resposta significar um louvor a Deus pela sua Palavra, é também uma confirmação nossa de que acreditamos no que Deus nos fala.
6 – Aclamação antes da proclamação do Evangelho
Por esta aclamação, a assembleia dos fiéis, de pé, acolhe o Senhor, que fala pelo Evangelho. A partir do séc. IV, o Aleluia ganhou importância como um canto de aclamação e no séc. VI um sentido pascal. Como hoje, desde muito cedo, em tempos penitenciais, o canto do aleluia era substituído por outros refrões, sintonizados com a espiritualidade do tempo litúrgico.
Por hoje, caros amigos, é só. Na próxima vez, vamos concluir a Liturgia da Palavra com o Evangelho, a Homilia, o Creio e as Preces dos Fiéis.
Grande bênção e até lá