Paróquia São Gabriel Arcanjo do Jardim Paulista

Formação › 14/08/2020

Reflexões sobre a Santa Missa: 1º Encontro

Iniciamos hoje nossas reflexões sobre a Santa Missa.

Antes de tratarmos da origem do nome do sacramento, é necessário apresentar alguns pontos importantes que são a base das nossas reflexões. O sacramento de forma ampla é a Eucaristia e sua celebração a Santa Missa.

Eucaristia, fonte e cume da vida cristã. Os sacramentos do batismo e da crisma estão ordenados para levar o cristão a uma íntima união do cristão com Cristo e com a sua missão na Eucaristia. Ao estabelecer comunhão entre a pessoa do cristão e o seu Senhor morto e ressuscitado, coloca-o diretamente no seio da vida divina. A Eucaristia não é só participação na graça, mas na própria fonte da graça.

A Eucaristia e, consequentemente, a Santa Missa é um mistério fundamental do encontro entre a pessoa humana e Deus é tão rica de significação, que nunca poderemos compreendê-la plenamente, mas com a fé e a nossa razão, podemos nos aproximar e viver desse sublime mistério.

Por isso, as diferentes épocas foram sublinhando diversos aspectos. O Concílio Vaticano II tratou da Eucaristia no doc. chamado Constituição dogmática Lumen Gentium (n.11), e, sobretudo na constituição sobre a liturgia Sacrosanctum Concilum (n.47-58). São João Paulo II, no Doc. Redemptor Hominis de 1979, resume as dimensões e significados essenciais da Eucaristia com as três expressões seguintes: ela “é”, ao mesmo tempo, sacramento-sacrifício, sacramento-comunhão e sacramento-presença (n.20). Ou como diz, o Direito canônico (Cân.897) unindo os três aspectos com três palavras: na Eucaristia se contém (presença real), se oferece (sacrifício) e se recebe (comunhão) o próprio Cristo Senhor. A Eucaristia é presença viva e atuante do mistério de Cristo. É “memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o sacrifício da cruz” (Cânon 897). Todo o mistério da salvação se faz presente e atuante nela. E é também por isso, que “os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a Eucaristia e a ela se ordenam “ (Cân.897).

Portanto, a Santa Missa é a celebração da Eucaristia que é o nome do segundo sacramento da iniciação cristã: recebe-se o batismo e com 9 ou 10 anos, depois de uma boa preparação, se faz a primeira comunhão, primeira recepção da Eucaristia. Voltaremos a tratar de outros aspectos da Eucaristia.

Gostaria de tratar agora sobre os outros nomes dados à Eucaristia.

Os primeiros cristãos denominavam a celebração da eucaristia com nome de “fração do pão” ou “Ceia do Senhor”. Junto a essas expressões, somaram-se outras como “Eucaristia”, palavra grega utilizada desde o séc.I, para indicar a expressão “fração do pão”. A palavra, contudo, que se tornou mais comum foi “missa”. Mas, a partir do Conc.Vat.II (1961-65) e da reforma litúrgica de São Paulo VI, em 1969, novamente o termo “Eucaristia” passou a ter importância.

A palavra “missa” é de origem latina, da palavra “missio-dimissio” que, etimologicamente significa “licença, despedida”. Na linguagem litúrgica, primeiramente a expressão é utilizada para, indicar o final da celebração, quando, por ocasião da despedida, o sacerdote dizia em latim: “Ite, missa est”: Ide, todos estão despedidos. Esse gesto conclusivo praticado em todos os ritos com o uso de várias fórmulas (como “Vamos em paz, Caminhamos na paz de Cristo” etc) ganhou importância e passou a indicar a celebração por inteiro. Assim, a palavra “missa”, foi usada para designar a celebração eucarística desde o final do séc.IV (cf.R.Falsini, “Gesti e parole della messa: Per la comprensione del mistero celebrato, Milão, Ancora, 2013, p.15).

 

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