Sacramentos – 2º Encontro
Jesus Cristo é o Sacramento do Pai
Deus é invisível. Ninguém jamais viu a Deus. Para se comunicar com os homens, Deus se torna sinal. É assim que se compreende a cena do Monte Horeb (cf. Ex 3,1-12). Deus está na sarça ardente. Torna-se sinal visível para poder se comunicar com Moisés.
Ao profeta Elias, Deus se apresentou em forma de uma brisa suave(cf. 1Rs 19,13). Em outra ocasião, desceu um fogo que consumiu o sacrifício. No Antigo Testamento, Deus sempre aparece em forma de um sinal.
Por isso, dirá a Carta aos Hebreus: “Antigamente Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos nossos antepassados, por meio dos profetas; mas, nestes últimos tempos, ele nos falou através de seu Filho (cf. Hb 1,1-2).
Essa foi a comunicação mais perfeita de Deus aos homens. Falou através de seu Filho, que assumiu forma humana, tornou-se sinal visível e nos revelou o Deus invisível. Por isso, podemos dizer que Jesus Cristo é o sacramento de Deus.
Sim, Jesus Cristo é o Filho de Deus que veio ao mundo, fazendo-se sinal visível, para nos revelar o Pai invisível. Ele é o sacramento originário do Pai. Ele veio, enviado pelo Pai, para que a comunicação entre Deus e os homens se tornasse sinal visível e palpável. Ele cumpriu essa missão, em toda a plenitude, e, no fim de sua vida, pôde dizer, com justa razão: “Tudo está consumado” (cf. Jo 19,30).
É um evento real, acontecido em nossa história, mas é único: todos os outros fatos da história aconteceram uma vez e depois passaram, engolidos pelo tempo. É o que aconteceu com todos os personagens da história: nasceram, viveram, deixaram suas marcas e muitas realizações. Depois de algum tempo, morreram.
O mistério pascal de Cristo, ao contrário, não pode ficar somente no passado, já que Ele, pela sua morte, destruiu a morte e de uma vez para sempre. Em tudo o que Cristo é, fez e sofreu, por nós e por todos os homens, como Deus e Filho de Deus, Ele participa da eternidade divina. Por isso, podemos dizer que Jesus Cristo abraça todos os tempos e se mantém eternamente presente.
O evento da cruz e da ressurreição é sacramento, sinal e acontecimento. Permanece e atrai tudo para a vida de Deus. Hoje ainda, em cada sacramento que celebramos, Cristo continua presente, agindo e atuando pela força do Espírito Santo.
Assim, o Cristo ressuscitado, sacramento originário do Pai, ao dar o Espírito Santo aos apóstolos, confia-lhes o seu poder de santificação. Ele pessoalmente está sempre presente na sua Igreja, mas sobretudo na celebração dos sacramentos. Essa presença é tão real, que podemos realmente afirmar: quando alguém batiza, é Cristo que batiza; quando alguém absolve, é Cristo que está absolvendo; quando um sacerdote celebra a Eucaristia, é Cristo que repete as palavras da última ceia e transforma pão e vinho em seu Corpo e Sangue. É como diz a Oração Eucarística: “É Ele o sacerdote, o altar e o cordeiro”.
JESUS CRISTO É O SACRAMENTO FONTE
Cristo é chamado também sacramento-fonte já que nessa fonte beberam os apóstolos e bebem todos aqueles que hoje continuam celebrando e recebendo os sacramentos da Igreja.
Os apóstolos, por sua vez, tornaram-se sinais sacramentais de Cristo. Eles atuavam em lugar de Cristo. Pelo poder do mesmo Espírito Santo, os apóstolos confiaram esse poder aos seus sucessores. E o próprio Cristo, na sucessão apostólica, estrutura toda a vida litúrgica da Igreja; ela mesma é sinal sacramental, transmitida, de geração em geração, pelo sacramento da ordem
A liturgia cristã não somente recorda os acontecimentos que nos salvaram, como também os atualiza, isto é, torna-os presentes. O mistério pascal de Cristo é celebrado, não é simplesmente repetido. O que se repete são os ritos das celebrações, mas em cada um deles sobrevêm a efusão do Espírito Santo que atualiza o único mistério.
Em cada sacramento, o sacerdote suplica ao Pai (fonte) que envie o Espírito Santo, para que, por sua força, a ação de Cristo (sacramento-fonte) se concretize no aqui e agora desse acontecimento salvífico. Por isso, podemos dizer que Jesus Cristo não apenas foi sacramento-fonte, mas continua sendo em sua ação santificadora da Igreja.
Para refletir e responder para você mesmo:
- Por que é tão importante conhecer os sinais naturais e convencionais para entender os sacramentos?
- Qual é a diferença entre o sinal natural e convencional?
- Como é que o Catecismo da Igreja Católica define os sacramentos?
- O que significa dizer que “Jesus Cristo é o Sacramento do Pai”?
- O que entendemos com a expressão “Jesus Cristo é sacramento-fonte”?
Queridos todos, por hoje é só. No próximo encontro da semana que vem, trataremos da “Igreja como Sacramento Fundamental. Não percam.