É preciso fraternidade e esperança neste tempo de escuridão!
Neste momento histórico, marcado pela crise ecológica e por graves desequilíbrios econômicos e sociais, agravados pela pandemia do corona vírus, precisamos mais do que nunca de fraternidade. Embora esteja já entre nós a vacina, ela pode criar nas pessoas um sentido individualista de fechamento e de se sentir ir a salvo, nem se preocupar com o outro. Daí a importância da fraternidade.
No Natal celebramos a luz de Cristo que vem ao mundo e vem para todos: não apenas para alguns. Hoje, neste tempo de escuridão e incerteza devido à pandemia, aparecem várias luzes de esperança como a descoberta das vacinas, mas, para que estas luzes possam iluminar e dar esperança ao mundo inteiro, hão de ser colocadas à disposição de todos. Não podemos deixar que os nacionalismos fechados nos impeçam de viver como a verdadeira família humana que somos. Nem podemos deixar que nos vença o vírus do individualismo radical, tornando-nos indiferentes ao sofrimento de outros irmãos e irmãs. É preciso que se promova a cooperação, e não a concorrência, na busca de uma solução para todos: vacinas para todos, especialmente, para os mais vulneráveis e necessitados em todas as regiões da Terra.
Perante um desafio que não conhece fronteira, não se podem erguer barreiras. Estamos todos no mesmo barco. Cada pessoa é um meu irmão. Em cada um vejo refletido o rosto de Deus e, nos que sofrem, vislumbro o Senhor que pede a minha ajuda.
Deus nos oferece a fraternidade, dando-nos o seu Filho Jesus: não uma fraternidade feita de palavras bonitas, ideais abstratos, vagos sentimentos… Não! Mas uma fraternidade baseada no amor real, capaz de encontrar o outro diferente de mim, de compadecer dos seus sofrimentos, aproximar-me e cuidar dele mesmo que não seja da minha família, da minha etnia, da minha religião; é diferente de mim, mas é meu irmão, é minha irmã. E isto é válido também nas relações entre os povos e as nações: todos irmãos.
Fraternidade e esperança nas vacinas não podem ser pensadas separadamente.
Que o Menino de Belém nos ajude a cuidar da nossa saúde, sem esquecer a saúde e o bem-estar do outro.
Côn. Sergio Conrado